terça-feira, 22 de setembro de 2009

Hipérico CO2-TO (Erva-de-São- João)

Hipérico CO2-TO (Erva-de-São- João)
10% hipericinas (ext. padronizado altamente concentrado no princípio ativo)
Hypericum perforatum L.
Guttiferae (Hypericaceae)

Hipérico e o tratamento de depressão
Mecanismo De Ação: a hipericina produz um efeito antidepressivo, ao inibir a ação da monoamino
oxidase (IMAO), a hiperforina é um tranqüilizante suave. O óleo essencial e os taninos lhe conferem uma
ação antisséptica, adstringente e cicatrizante (vulneraria) ; os flavonóides, um efeito colagogo,
espasmolítico e vitamínico P (venotónico, vasoprotetor capilar).

Indicação: Em uso interno está indicada no tratamento da ansiedade, depressão, insônias, transtornos
neurovegetativos associados a climatério, enuresis; disquinésias biliares, espasmos gastrointestinais,
gastrites, ulceras gastroduodenais, diarréias, cólon irritáveis; asma, varizes, hemorróidas, fragilidade
capilar.Em uso tópico, para as feridas, chagas, queimaduras, eczemas, contusões, acne. Seria
interessante o estudo da possibilidade de aplicação de suas propriedades fotosensibilizantes para o
tratamento de certas hipocromias como o vitiligo.

Contra-Indicaçã o: É incompatível com alimentos e plantas que contenham tiramina (a associação
poderá produzir elevações da tensão arterial)

Reação Colateral: A hipericina pode produzir fenômenos de fotosensibilizaçã o em caso de contato com
a pele úmida e a exposição das radiações solares, originando eritemas, queimaduras e inclusive
ulcerações. Gravidez: Hypericum pertence à categoria de risco C, segundo Briggs e col. As informações clínicas acerca do uso de Remotiv durante a gravidez e a lactação são insuficientes. O Hypericum demonstrou leve ação ocitócica in vitro. Tem sido listada em algumas referências como estimulante uterino e como abortivo. Há sugestão na literatura, ainda não comprovada, de que o Hypericum teria um potencial genotóxico e mutagênico para o esperma humano.
Extrato Hypericum da erva de São João é mais seguro que a droga antidepressante imipramine e de mesma forma efetiva para tratar pacientes com depressão moderada.
British Medical Journal December 11, 1999;319:1534- 1539.
Hypericum foi testado em mais de 3,000 pacientes contra placebo e vários medicações. Linde, Ramirez et al conduziram uma meta-análise de 23 testes de amostras randomizadas (15 dos quais comparavam hypericum com placebo e 8 dos quais comparavam com tratamentos por outras drogas); A amostragem incluiu 1.757 pacientes externos com desordens depressoras principalmente moderadas ou moderadamente severas. O resultado global extraído desta análise indica que hypericum é mais efetivo que placebo e igual em eficácia comparado a antidepressantes padrões para o tratamento de desordens deprimentes moderadas a moderadamente severas. Além disso, menos efeitos colaterais foram notados em pacientes tratados com hypericum (19.8%) que nos tratados com antidepressantes padrões (52.8%).
Linde K, Ramirez G, et al. St. John’s wort for depression—an overview and meta-analysis of randomized clinical trials. BMJ 1996; 313:253-258.
Num teste duplo-cego de quatro semanas com 105 pacientes não internos com depressão moderada de pequena duração, 67% dos pacientes que tomaram extrato de hypericum (300 mg três vezes ao dia) melhoraram, comparado com 28% de pacientes que tomaram placebo. Nenhum efeito colateral significativo foi notado.
Sommer H, Harrer G. Placebo-controlled double-blind study examining the effectiveness of a hypericum preparation in 105 mildly depressed patients. J Geriatr Psychiatry Neurol 1994; 7(Suppl 1):S9-11.
Num estudo de seis semanas de duração, hypericum foi comparado com um antidepressante heterocíclico padrão. A dose de extrato de hypericum foi de 300 mg, três vezes ao dia, e a de imipramina foi de 25 mg, três vezes ao dia. As pontuações da Taxa de Depressão na Escala de Hamilton diminuiram de 20.2 para 8.8 no grupo de hypericum e de 19.4 para 10.7 no grupo de imipramina. Além disso, menos efeitos colaterais e mais moderados foram notados nos pacientes tratados com hypericum do que nos tratados com imipramina.
Vorbach EU, Hubner WD, Arnoldt KH. Effectiveness and tolerance of hypericum extract LI 160 in comparison with imipramine: randomized double-blind study with 135 outpatients. J Geriatr Psychiatry Neurol 1994; 7(Suppl 1):S19-23.
Dose do extrato via CO2-TO: 3-5 gotas 1-3 X ao dia. (0,25-0,45% hipericina por dose)

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Hipérico

Indicações
Quadros de distúrbios psicovegetativos (distúrbios psíquicos com efeitos sobre o estado físico), estados depressivos leves e moderados, medo e/ou agitação emocional (ansiedade).

Botânica
O extrato de Hypericum perforatum, também conhecido como Erva-de-São-Joã o, é o ingrediente ativo dos medicamentos fitoterápicos à base de Hipérico. O Hipérico foi testado em experiências in vitro e em pequenos roedores. Em ratos submetidos ao uso de Hipérico, as concentrações hipotalâmicas do neurotransmissor dopamina e do ácido 5-hidroxiindolacé tico foram significativamente aumentadas. Apesar da identidade parcial de algumas ações entre antidepressivos tradicionais e o Hipérico, o perfil global dos efeitos mensuráveis não correspondeu completamente ao dos antidepressivos sintéticos. Por isso se concluiu que estava envolvido um modo de ação diferente, modo de ação este ainda não muito bem explicado.

O Hypericum perforatum é uma planta herbácea perene, pertencente a família das Hiperricoidaea guttiferae e largamente distribuída na Europa, Ásia, norte da África e aclimatada nos Estados Unidos. Na Europa, é comum encontrar o Hypericum perforatum na beira das estradas, vales e bosques. Essa planta foi usada largamente na medicina popular em vários países da Europa, durante muitos séculos, para o tratamento de inflamações nos brônquicos e infecções do trato geniturinário, agente cicatrizante no tratamento de feridas, traumas e queimaduras.

Atualmente a planta não é muito usada para estes propósitos, mas sim, largamente usada para o tratamento da depressão. Na medicina caseira, o extrato oleoso das partes aéreas da planta colhidas durante sua florescência, exposto a luz solar por pelo menos várias semanas, apresenta ação antiinflamató ria e cicatrizante.

O produto medicamente comercial contém o extrato seco padronizado da parte aérea do Hypericum perforatum, colhido no momento de sua florescência. A padronização desse extrato é que garantirá a qualidade deste fitoterápico em suas diversas apresentações comerciais.

A planta é pequena, verde e completamente lisa. O caule é ereto, apresentando um comprimento de 30 a 100 cm e com ramificações na parte superior. As folhas são ovaladas ou elípticas, alongadas com 0,7 a 3 cm de comprimento e 0,3 a 1,5 cm de largura, ou largamente elíptica, sem pedúnculo e simples. As flores são numerosas, hermafroditas e amarelas, variando de 7 a 11 cm de comprimento e 5 a 11 cm de largura, que se juntam formando cachos.

As brácteas são lanceoladas e o cálix é profundamente cortado, 5 mm de comprimento e cerca de 2 a 3 vezes mais curto do que a corola. As sépalas são lanceoladas ou estreitamente lanceoladas, 1 mm de comprimento ao longo do ovário.

As pétalas são oblongas ou oblongas-elípticas, inequilaterais, 1,2 a 1,5 cm de comprimento, 0,5 a 0,6 cm de largura, contendo linhas finas ou numerosos pontos glandulares pretos ou não. O ovário é ovóide, apresentando 3 a 5 mm de comprimento e o fruto tem forma de cápsula. A semente é cilíndrica, de cor marrom com 1 mm de comprimento.

A parte do Hypericum perforatum utilizada para fins medicinais são as flores e folhas. A colheita deve ser feita antes do florescimento da planta. Após a colheita, a planta deve ser imediatamente seca para evitar a degradação de seus princípios ativos.

Efeitos sobre os potenciais visuais e auditivos no EEG e durante o sono
As alterações dos potenciais visuais evocados foram medidas em 12 indivíduos durante o tratamento de seis semanas. Após apenas duas semanas as latências estavam consideravelmente encurtadas em comparação com os valores basais, com essa redução atingindo sua maior extensão após quatro a seis semanas.

Os efeitos do Hipérico foram comparados com os da maprotilina (antidepressivo tetracíclico) num estudo duplo-cego randomizado em 24 indivíduos sadios. As pesquisas foram baseadas nas medidas do EEG de repouso e sobre os potenciais visuais e audi-tivos evocados. No EEG de repouso as duas medicações provocaram alterações antagônicas na região teta, mas alterações predominantemente uniformes nas regiões alfa e beta.

As medidas dos potenciais evocados nas regiões teta e beta confirmaram esses achados. Globalmente, os resultados foram sugestivos de me-Ihoras da função cognitiva, assim como de propriedades relaxantes, especialmente com o extrato de Hipérico.

Em um estudo duplo-cego posterior, foram examinados os efeitos sobre o com-portamento no sono de quatro semanas de tratamento com 1 drágea 300 mg de Hipérico três vezes ao dia. Esse estudo controlado com placebo foi realizado com 12 mulheres idosas, sadias, segundo um esquema cruzado, com uma fase de duas semanas de "wash-out" entre os tratamentos.

Não foram observadas com este fitoterápico as alterações do sono REM, típicas dos antidepressivos tricíclicos e dos inibidores da MAO. O Hipérico, entretanto, aumentou a proporção de sono profundo no período total de sono. Isso foi observado tanto na análise visual dos estágios 3 e 4 do sono, como na análise automática da atividade da onda lenta do EEG.

Ensaios clínicos controlados com placebo
A atenção pessoal e a compreensão demonstradas pelo médico durante uma consulta psiquiátrica (e clínica) contribuem consideravelmente para o índice de melhora dos pacientes depressivos. Os estudos duplo-cegos controlados com placebo são, por isso mesmo, essenciais para se avaliar a atividade dos antidepressivos. Os índices de melhora e cura, medidos de acordo com a Escala de Hamilton em 101 pacientes ambulatoriais com depressão discreta a moderadamente grave, ficaram entre 60 e 80% nos pacientes tratados com antidepressivos sintéticos, bem como para os casos tratados com Hipérico.

Em outro ensaio, comparando o Hipérico com placebo durante quatro semanas, viu-se que nas duas primeiras semanas de tratamento todos os pacientes receberam a medicação ativa (hipérico) e nas outras duas semanas metade continuou com a substância ativa e a outra metade com placebo.

A melhora dos sintomas depressivos foi significativamente mais elevada nos períodos com a medicação ativa do que nos com placebo neste segundo grupo. Isso foi demonstrado tanto na avaliação objetiva do médico (HAMD) como na auto-avaliação feita pelo paciente.

Ensaios clínicos em comparação com tratamentos padrões
O Hipérico foi testado em três estudos controlados, em comparação com trata-mento antidepressivo padrão: um estudo comparou o antidepressivo fitoterápico com a imipramina, um com a maprotilina e um a uma outra forma de tratamento (fototerapia) .
O primeiro estudo, duplo-cego, foi realizado em 135 pacientes de 20 centros. Os critérios de inclusão foram estabelecidos de acordo com a DSM-III-R como a depressão maior, episódio único (296.2) ou recorrente (296.3), distimia (300.4) e transtorno de adaptação com humor depressivo (309.0).

A dose foi de 300 mg de Hipérico três vezes ao dia, ou 25 mg de imipramina três vezes ao dia. O tratamento durou seis semanas. Os critérios principais foram a Escala da Depressão de Hamilton (HAMD), a Escala de Depressão de von Zerssen (D-S) e a Impressão Clínica Global (CGI).

Em outro estudo duplo-cego, randomizado, o Hipérico foi comparado com a maprotilina em termos de eficácia e segurança. Participaram no total 102 pacientes depressivos de 17 clínicas especializadas de neurologia/psiquiat ria.

Por um período de quatro semanas os pacientes tomaram três vezes ao dia drágeas com aparência idêntica contendo 300 mg do extrato de hipericum ou 25 mg de maprotilina. A eficácia foi avaliada pelas Escala da Depressão de Hamilton (AMD). Escala de Depressão de von Zerssen (D-S) e Escala de Impressão Clínica Global (CGI). O escore total da HAMD caiu aproximadamente 50% em ambos os grupos durante as quatro semanas de terapia.

Um resultado similar foi obtido com o uso da Escala D-S, segundo a qual as reduções nos dois grupos não foram significativamente diferentes após quatro semanas de tratamento; o mesmo se aplicou à Escala CGI.

O transtorno afetivo sazonal (TAS) é uma sub-forma de depressão maior (DSM-III-R), caracterizada pela ocorrência regular dos sintomas no outono e inverno e pela remissão dessa sintomatologia na primavera e verão. Uma forma de trata-menio especialmente desenvolvida, com o uso de luz fluorescente brilhante (fototerapia) , mostrou ser eficaz no TAS.

Em um estudo simples-cego, 20 pacientes TAS foram pesquisados durante um período de cinco semanas. Todos os pacientes receberam 300 mg de Hipérico, 10 receberam fototerapia adicional de 3.000 Lux (duas horas por dia), enquanto que nos outros 10, que agiram como controles da luz. Foi usada radiação com luz reduzida (< 300 Lux).

A análise estatística multivariada mostrou uma significativa redução dos escores de depressão em ambos os grupos, sem superioridade significativa do grupo que recebeu a fototerapia adicional.

Interações

A possibilidade de interações entre o Hipérico e álcool foi pesquisada em um estudo duplo-cego controlado com placebo. A amostra consistiu de 3 2 voluntários sadios de ambos os sexos, com 25 a 40 anos de Idade. Um grupo recebeu na primeira semana, 1 drágea de 300 mg de Hipérico três vezes ao dia e, em seguida, placebo durante sete dias; no segundo grupo a ordem foi invertida.

No 7° e 14° dias os participantes foram submetidos a testes padronizados de desempenho, tendo concentrações respiratórias de álcool de 0,21 e 0,38 mg/l (concentrações de álcool no sangue de 0,46 a 0,80%). Os testes avaliaram alterações no tipo de desempenho exigido para a operação adequada de máquinas e para dirigir um veículo. A analise estatística dos resultados mostrou que não ocorreu nenhuma interação entre o Hipérico e o álcool que pudesse afetar a função psicomotora ou mental.

A segurança de um tratamento de quatro semanas com o extrato de Hipérico foi monitorada por 663 clínicos gerais. Foram registrados os dados de 3.250 pacientes, 76% deles mulheres e 24% homens. A idade dos pacientes variou de 20 a 90 anos (média de 51 anos). Dos pacientes, 49% apresentava distúrbios depressivos leves, 46% moderadamente graves e 2% graves.

Os sintomas típicos estavam presentes com freqüência de 5O-90% antes de ser iniciada a terapia, tendo diminuído aproximadamente 50% com o tratamento, tanto em freqüência como em gravidade. Com a terapia, a condição se normalizou ou melhorou em cerca de 80% dos pacientes. Foram relatadas reações adversas num total de 79 pacientes (2,43%) e abandono do tratamento por 48 (1,45%).

Os efeitos fototóxicos conhecidos da medicina veterinária, os quais ocorreram com quantidades de hipericina 30 a 50 vezes mais elevadas que as usadas clinicamente, até agora nunca foram relatados com as doses recomendadas de, por motivos quantitativos, é improvável que ocorram.

Química


Dos princípios ativos isolados da planta, os mais importantes são a hipericina, pseudo-hipericina, hiperforina, amentoflavonó ide, biapigenina e xantonas. Também estão presentes flavonóides, tais como a Rutina, Hiperosídeos e óleos essenciais. Outros componentes de importância biológica isolada de diferentes partes da planta são a hiperforina, hiperisina, adhiperforina e 1,3,6,7 tetrahiddoxi- xantona dotados de atividade antimicrobiana.

O extrato de Hypericum perforatum usado na terapêutica atualmente é preparado extraindo as partes aéreas da planta previamente secas com uma mistura de etanol-água e padronizadas em hipericina na proporção de 7:1, ou seja, 7 partes do Hypericum seco rendem 1 parte do estrato.

Farmacodinâmica


Um dos modos de ação aceito para o Hipérico seria como um inibidor da monoamino-oxidase (IMAO), mas essa ação não pôde ser confirmada unanimemente em estudos mais recentes. Há, em realidade, indicações de um tipo de mecanismo imunomodulador. O sistema imunológico e o sistema nervoso são as únicas estruturas biológicas equipadas com uma memória. Eles se caracterizam por numerosas interações reguladoras e processos bioquímicos comuns. Moléculas importantes são conjuntamente produzidas, secretadas e ativamente reconhecidas por ambos os sistemas.

A influência do Hipérico sobre a expressão estimulada da citocina foi estudada em indivíduos sadios e em pacientes depressivos. A liberação de várias citocinas foi quantitativamente medida após 24 horas de incubação sobre placas microtituladas. Com o extrato de Hipérico foi observada uma acentuada supres-são da liberação da interleucina- 6 estimulada, o que levou os autores a concluir que o efeito antidepressivo dessa substância poderia perfeitamente se manifestar por meio de modulação imunológica nas vias neuro-hormonais.

Pelas pesquisas até agora realizadas sobre os efeitos farmacológicos dos extratos de Hipérico, pode-se concluir que a ação antidepressiva se deve não apenas a diversos constituintes, mas também a diferentes mecanismos de ação.

Apesar das controvérsias, a hipótese mais aceita é de que a ação terapêutica é devida a presença da hipericina ou de compostos derivados da hipericina. Ainda existem muitos pesquisadores que relacionam o mecanismo de ação do Hipérico com a inibição da MAO e/ou COMT: enzimas responsáveis pelo catabolismo de aminas biológicas, entre elas, a serotonina, noradrenalina, adrenalina, dopamina.

A hipericina é considerada por alguns autores, um inibidor da MAO, dos tipos A e B. Entretanto, estudos demontram que usando somente hipericina pura a ação terapêutica na depressão não é relevante. Outros e estudos confirmam a ação inibitória da MAO, das substâncias do grupo de flavonóides e xantonas junto da hipericina pertencentes ao extrato.

Após 6 semanas de tratamento, o EEG feito antes e após a medicação mostra uma diminuição do efeito de ondas alfa e aumento de ondas teta e beta.
Alguns trabalhos recentes também sugerem para o Hipérico um mecanismo de ação semelhante ao dos antidepressivos tricíclicos, ou seja, aumentando a disponibilidade de serotonina, noradrenalina e dopamina na fenda sináptica. Não obstante essa semelhança, a grande vantagem do fitoterápico é a ausência dos efeitos colaterais comuns aos antidepressivos tricíclicos, principalmente os efeitos anticolinérgicos.

Outro mecanismo de ação potencial é a modulação dos mediadores da inflamação e a modulação da expressão dos receptores da serotonina sob estimulação in vitro e in vivo.

Farmacocinética

Os níveis máximos plasmáticos são de 1,5; 4,1; 14,2 ng/ml e 2,7 , 11,7 e 30,6 ng/ml de hipericina e pseudohipericina, respectivamente, após três doses diárias. O tempo de meia-vida de eliminação da hipericina é de 24,8 a 26,5 horas e varia para a pseudohipericina de 16 a 30 horas. Com uma dose diária de 900 mg de extrato padronizado/ dia o estado de equilíbrio é alcançado em 4 dias. O pico plasmático máximo é de 6,5 ng/ml para a hipericina e 5,8 ng/ml para a pseudohipedcina.

Embora a pseudohipericina apresente uma maior concentração no extrato do que a hipericina, os níveis plasmáticos de pseudohipericina são menores do que a hipericina. Não se conhece muito sobre a metabolização da pseudohipericina e hipericina. As suas estruturas químicas sugerem que ocorra glucoronidizaçã o hepática, com subseqüente exceção biliar. A eliminação dessas substâncias é lenta.

Fonte: http://www.psiqweb. med.br/farmaco/ fitot.html

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Ação farmacológica
Diversos grupos de produtos naturais bioativos foram identificados a partir do Hypericum. Os principais grupos de constituintes bioativos dos extratos secos de Hypericum são: fenilpropanos (incluindo ácidos clorogênico e caféico), glicosídeos flavonóides (incluindo quercetina, hiperosídeo ou hiperina, rutina e isoquercitrina) , biflavonas (amentoflavona) , proantocianidinas e taninos, xantonas, floroglicinóis (hiperforina) , aminoácidos (GABA) e naftodiantronas (isto é, hipericina). Estes constituintes estão presentes em quantidades diferentes nos extratos de Hypericum e não está totalmente estabelecido quais os constituintes que são responsáveis pelos efeitos terapêuticos dos vários extratos de Hypericum. Embora os efeitos farmacológicos desses diversos constituintes tenham sido descritos, é bem provável que alguns deles não contribuam (ou o façam de forma limitada) para o(s) mecanismo(s) responsável(eis) pelo efeito antidepressivo dos extratos de Hypericum. No entanto, parece que alguns constituintes dos extratos de Hypericum (cujos candidatos mais prováveis são as naftodiantronas, como a hipericina, os floroglicinóis, como a hiperforina, e determinados flavonóides) possuem propriedades bioquímicas bastante similares às propriedades dos compostos dos antidepressivos clássicos, como os tricíclicos, inibidores de MAO e inibidores seletivos da recaptação de serotonina e/ou noradrenalina. Na verdade, como ocorre com os extratos de Hypericum, a inibição das enzimas catabólicas MAO-A e COMT e a inibição da recaptação neuronal de neurotransmissores aminérgicos, como serotonina, noradrenalina e dopamina, foi comprovada com alguns desses constituintes. Suspeitava-se inicialmente que a inibição de MAO-A fosse o mecanismo responsável pelas propriedades antidepressivas do extrato de Hypericum, e numerosos autores investigaram os efeitos inibitórios da MAO-A de vários constituintes do Hypericum. Ainda que vários autores tenham afirmado que as naftodiantronas, como a hipericina, os flavonóides, como quercetina e quercitrina, e as xantonas, como a tetraidroxantona, são capazes de inibir a MAO-A, isso ocorre em concentrações muito elevadas para terem relevância terapêutica (com a possível exceção dos flavonóides). Esses achados questionam mais uma vez se a inibição da MAO-A é responsável pelos efeitos antidepressivos do extrato de Hypericum, e em caso positivo, qual componente é responsável por esse efeito. Comprovou-se que a amentoflavona, porém não a hipericina, liga-se com alta afinidade aos receptores benzodiazepínicos, ampliando o achado inicial de Nielsen et al. A afinidade da amentoflavona por esse receptor é cerca de dez vezes maior que a encontrada com o extrato de Hypericum. Outros constituintes do extrato, como quercetina, rutina e hiperosídeo, não mostram a mesma afinidade alta pelos receptores benzodiazepínicos, como a que se obtém com a amentoflavona, sugerindo que o constituinte responsável pela ligação do extrato de Hypericum aos receptores de benzodiazepina é, provavelmente, a amentoflavona. Recentemente, relatou-se que um floroglicinol, a hiperforina, era capaz de inibir a recaptação de serotonina in vitro. Além disso, Müller (1997) relatou que a hiperforina inibe não só a recaptação de serotonina, mas também a de noradrenalina, dopamina, GABA e levo-glutamato. De acordo com Müller, esse fenômeno ocorre em concentrações que não só não se ligam a carreadores de proteínas mas também são inferiores àquelas em que a hipericina afeta MAO-A/B. Portanto, ele formulou uma hipótese, ainda não totalmente confirmada, de que a hiperforina é um constituinte ativo do extrato de Hypericum e, possivelmente, relevante em termos terapêuticos. Ainda que outros constituintes do extrato, como fenilpropanos, xantonas, proantocianidinas, taninos, óleo essencial e aminoácidos tenham propriedades farmacológicas, não é provável que esses efeitos contribuam de modo significativo para as propriedades antidepressivas do extrato de Hypericum, pois esses efeitos farmacológicos ocorrem apenas em concentrações mais altas, que provavelmente não são atingidas com a administração oral do extrato. Resumindo, parece justificável concluir que os efeitos terapêuticos do extrato de Hypericum devem-se à combinação de efeitos bioquímicos múltiplos, produzidos, em extensão variável, por diferentes constituintes biologicamente ativos do extrato, como a hipericina, a rutina, a mentoflavona e a hiperforina.


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Histórico e geral
O gênero Hypericum conta aproximadamente com 370 espécies anuais, arbustivas e semi-arbustivas perenes e semi-perenes, encontradas principalmente nas regiões temperadas. Uma grande variedade de grupos provê muitas plantas finas de jardinagem para a maioria das aplicações. Hypericum pode derivar do grego hyper, "acima", e eikon, "pintura". de vez que as flores eram colocadas sobre imagens religiosas para afastar o mal no Dia de Solstício de verão do norte (24 de Junho, Dia de São João).
Hypericum perforatum, chamado popularmente de milfurada, erva de São João perfurada e erva comum de São João, é um arbusto vertical, rizomatoso, perene, de base lenhosa, com folhas alternas e sésseis, picotadas de pontos vermelhos translúcidos. A planta é nativa na Europa e Ásia temperada e pode ser encontrada também nos Estados Unidos e Canadá chegando a ser uma espécie vulgar. Ela medra no solo seco e ensolarado de encostas, margens de estrada, prados, bosques e sebes, onde geralmente cresce até uma altura média de 60 cm. As inflorescências abundantes, de um amarelo-dourado, desabrocham em pleno Verão. Numerosas flores amarelas luminosas florescem de junho a setembro. As flores são mais abundante e estão no auge luminoso ao redor do dia tradicionalmente celebrado como o aniversário de São João Batista. O fruto é uma cápsula.
Para fins medicinais colhe-se a planta inteira e particularmente as cimeiras, na época da plena floração e com tempo ensolarado. São secadas à sombra, sob corrente de ar, ou num secador, a temperatura de 35°C no máximo. Os antigos alegavam que as propriedades mágicas do Hypericum perforatum eram, em parte, devidas ao pigmento vermelho fluorescente, um flavonóide denominado hipericina que escoa como sangue das flores esmagadas. Além da hipericina, contêm taninos (as flores até 16%), glicosídeos: rutina, hiperina, ocatecol peflavite (vitamina P), flavonóides, xantonas, ácidos carboxílicos fenólicos, óleos essenciais, carotenóides, alcanos, derivado de floroglucinol, fitosteróis, e ácidos gordurosos alcoólicos de cadeia média. O Tanino, em uma concentração média aproximada de 10%, é provavelmente o responsável pela ação adstringente da Erva de São João e o efeito precipitador de proteína, contribuindo para o tradicional uso tópico da planta como um agente curador de feridas.
O Hypericum é ligeiramente sedativo e nitidamente colagogo (secreção biliar). Os seus efeitos anti-inflamató rios fazem dele um bom produto para tratamento de inflamações crônicas do estômago, do fígado, da vesícula, dos rins; é igualmente eficaz nas afecções ginecológicas. A erva é usada interiormente para enurese (especialmente em crianças), ansiedade, tensão nervosa, perturbações na menopausa, síndrome pré-menstrual, cobreiro, ciática, e fibrosites. Não deve ser dado aos pacientes com depressão crônica. Externamente para queimaduras, contusões, danos (feridas especialmente profundas ou dolorosas que envolvem danos em nervos), chagas, ciática, neuralgia. convulsão, deslocamentos, e contusões. Trabalha bem com Hamamelis virginiana ou Calêndula officinalis para contusões. Usado em homeopatia para dores e inflamações causadas nervos danificados.
O óleo do Hypericum é preparado por maceração das cimeiras floridas, em azeite ou óleo de girassol. Deixando-se o recipiente durante quinze dias ao sol, sacudindo-o de tempos em tempos. Este óleo é bom contra as queimaduras (incluindo as do sol) e as hemorróidas. Um consumo exagerado de produtos à base de milfurada pode provocar uma alergia que se agrava sob o efeito da luz solar (foto-sensibilizaçã o).

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Erva de São João tem Propriedades Antibacteriais
By Joseph Mercola, D.O.
Erva de São João (Hypericum perforatum) é extensamente usada como um remédio natural para depressão e também pode ajudar a tratar cortes infectados e arranhões. Baixa concentração de uma substância química encontrada na Erva de São João chamada hiperforina pode matar certas bactérias, inclusive do tipo Staphylococcus aureus, uma causa comum de infecções da pele. No estudo, concentrações de hiperforina tão baixas quanto 0.1 microgramas por mililitro foram efetivas contra espécies de bactérias gram-positivas. Porém, Hiperforina não foi efetiva para erradicar o fungo Candida albicans, responsável pela maioria das infecções por levedura.
É interessante a nota de que este popular antidepressivo tem algumas propriedades anti-bacterianas. Alguns clínicos também acreditam que o mecanismo principal de ação da Erva de São João atua de fato como um tratamento anti-viral. Embora a Erva de São João claramente tenha algumas ações benéficas para aqueles com depressão, acredito que realmente seja uma ajuda mais segura e não envia o desequilíbrio nutricional e neuro-emocional a um nível mais intenso que precipite a depressão.

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